26.5.06

Revolução Abacaxitchevik, Urra!

Ó irmãs!

É chegada a hora. Revelar-vos-ei a minha visão de mundo: revelemo-nos à visão do mundo!

Eu tive um sonho. Um dia, todas as nossas netinhas girininhas (abençoada seja a inseminação artificial) vão poder andar de mãos dadas pelas praças e ruas! Vão poder namorar no CCBB, entre um filme cult dinamarquês e outra montagem para teatro do Nelson Rodrigues! Vão aparecer na novela, vão beijar de língua e Oh!; Oh!, sim, mas sem uma mão censurante que cale esse Oh! Vão poder entrar com cuecas, bermudas e gravatas no provador feminino da C&A, se quiserem!

Eu tive um sonho, vou te contar. Eu me atirava do oitavo andar e era preciso fechar os olhos, porque havia uma multidão de companheiras abacaxis para me sustentar em um mega ultra espetacular mosh político-militante! E ser calcanhota não ia importar muito mais do que ser canhota, Ó, meu povo! Um dia, nossas netinhas girininhas (abençoada seja a adoção homossexual) vão poder olhar para os livros de história e olhar com espanto inocente para o que vivemos hoje: "Oh, vovó, isso acontecia mesmo!?". Afinal, companheiras, um dia já houve algo que poderia ser chamado de “clínica de reabilitação de canhotos”. Um dia, não mais teremos que amarrar nosso amor, dito torto, para trás das costas e escondê-lo, nem "exercitar" um relacionamento Correto em um caderninho de caligrafia sentimental!

Eu tive um sonho e sonhar não custa nada. Mas vai custar o olho da cara importunar as nossas netinhas girininhas que estiverem se beijando em um restaurante, comemorando seu noivado! E viva o Dano Moral Punitivo! Eu tive um sonho. Sonho meu, sonho meu. O Nietzsche e o Freud estavam lá. E eles eram caras muito chatos mesmo, vou te dizer um negócio. Daí, eu soquei a mesa, puxei o Nietzsche pelo bigode e dei uma bofetada no meio dos cornos dele. Ele ficou parado, com a mão na maçã do rosto, me olhando boquiaberto. Daí, eu peguei uma revista com a Soninha na capa e berrei: “Taí. Olha aí, seu alemão todo sofredorzinho, nerd do colégio com ego leonino! Ta vendo? Abre bem esses olhos, tira esse bigode escroto da cara e vê. Olha aí seu Übermensch, o seu Super-homem, seu cretino.”

Então, peguei o charuto do Freud, que já me olhava com uma cara de quem tem certeza que toda mulher é neurótica, joguei a echarpe por cima do ombro, dei a volta na mesinha e falei no ouvidinho dele: “Se você me vier com essa história de inveja do pênis de novo, você vai ver onde que a minha inveja vai enfiar esse seu charuto. E não, mon cher, o orgasmo vaginal não é mais sublime que o clitoriano. Se você quiser, eu te mostro uma analogia pedagógica, também com o seu charuto.”

Eu tive um sonho. Tinha mulher pelada, lógico. Mas isso não vem ao caso, porque meu discurso quer incluir sem excluir. Chega dessa onda errada de ou isso ou aquilo, como se a existência humana fosse um pote cheio até a boca. A existência humana pode até ser um Pote, mas nesse pote sempre cabe mais mulher e mais peitos! Quero dizer, sempre cabe mais gente e mais jeitos!

Tenho dito. Portanto, Irmãs, Irmãos, Transgêneros, Biconfusos, Biestáveis e A Quem Mais Interessar Possa: em querendo, COMA abacaxi! Ninguém tem nada a ver com as suas aftas!

Urra Tavarishi, URRA! (viva a revolução, viva!)

Urra Abacaxi, URRA!

2 Comments:

Blogger Shane 'n' Box a.k.a. Bia Dedran se meteu e disse...

URRA!


Ah, é, e tudo cabe no Pote (apesar do pote não caber em tudo =x)

3:09 PM  
Anonymous Anônimo se meteu e disse...

aí.
nossa, tou te lincando, passei mal (mal de bem..haha) com os textos.
bjs.

7:21 PM  

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