4.10.07

Quando eu digo que Berlim é foda, voces nao acreditam...

Prefeito de Berlim: "Sou gay. E é bom que seja assim"

Autobiografia de Klaus Wowereit divide os ânimos. Homossexual declarado, ele é parte da nova imagem da capital: franco, anticonvencional e disposto a riscos. E de olho na chefia de governo?
Há quem critique impiedosamente o fato de o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, haver publicado suas memórias, aos 53 anos de idade. Os diagnósticos vão desde "senso exacerbado da própria importância" até "arrogância", ou pelo menos, "precipitação".

Embora intitulado ...e é bom que seja assim – Minha vida na política, o livro não apresenta uma nova filosofia ou idéias sobre como a Alemanha pode ter sucesso no contexto da economia globalizada.

São antes histórias sobre sua vida, a infância carente, os tempos de escola, o ingresso na vida pública, o encontro do amor e da felicidade. A política está presente, porém, num papel secundário.

Maior exposição

Agora, quem acredita tratar-se de nada além de um projeto de vaidade, redigido por alguém que aposta no poder inspirador da própria biografia, está possivelmente subestimando a esperteza política e midiática de Wowereit. De fato, outros vêem no livro um anúncio – ao público e ao seu partido, o SPD – de que a prefeitura da capital não é o ponto final na carreira política do social-democrata, assumidamente gay.

"Wowereit quer assumir um papel maior na política nacional", deduz Gero Neugebauer, professor de Ciências Políticas da Universidade Livre de Berlim. "Através deste livro ele ocupa a mídia, e as pessoas voltam a falar dele."

Pobre, porém sexy

O título do livro é uma alusão ao evento que transmutou Wowereit do dia para noite, de político local em VIP absoluto, que só por acaso também ocupa o posto de prefeito de Berlim. Durante sua campanha, em 2001, fez seu coming out público durante um discurso, com as palavras: "Sou gay, e é bom que seja assim".

De súbito, a capital tinha um dirigente em perfeita sintonia com ela: franco, disposto a riscos e ligeiramente fora do mainstream. Não havia muita indústria, e o desemprego era quase o mais alto do país, mas Berlim sabia festejar como ninguém. Oficinas de manufatura eram raras, enquanto parecia impossível jogar uma pedra sem acertar num clube ou bar.

Wowereit era presença constante vários desses lugares e em ocasiões sociais, fazendo contatos e se divertindo. Seu gabinete até criou um slogan inoficial para a cidade: "Pobre, porém sexy". A aceitação foi imediata, e com uma oposição à beira caos, sua popularidade cresceu.

Orientação sexual não é empecilho

Porém, à medida que Berlim se revela pequena demais para "Wowi", como é afetuosamente apelidado, os críticos começam a examinar seu histórico, e se perguntam se ele possui as qualidades necessárias para passar ao nível federal. E talvez um dia até se candidatar ao cargo de chefe de governo.

Sua sexualidade parece não entrar muito em questão. As manchetes têm empregado a expressão "governador gay" e os alemães parecem não se importar muito. Uma enquete recente demonstrou que 79% deles não consideram homossexualidade um empecilho no caminho da Chancelaria Federal.

"Acho que a população está mais adiantada neste assunto do que pensam os políticos", comenta Klaus Jetz, diretor da Federação de Gays e Lésbicas da Alemanha (LSVD). Ele não se surpreendeu com os resultados da pesquisa. "A sexualidade do ou da premiê não influencia a sua política."

(continua em: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,2805988,00.html?maca=bra-uol-all-1387-xml-uol)

1 Comments:

Blogger Mrs. Dalloway se meteu e disse...

Saudade de vc, carmem!

5:59 PM  

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