22.10.09

Mais uma por ROUPA (!?!@??#??)

Saiu no G1 (19/10/09):

Escola dos EUA nega-se a publicar foto de formatura de aluna lésbica de smoking

Estudante de 17 anos do Mississippi protestou contra a exclusão.
Distrito escolar afirmou que apenas cumpriu jurisprudência federal.

Uma estudante secundarista norte-americana protestou pelo fato de que sua escola recusou-se a publicar uma foto sua de smoking na formatura.


O caso ocorreu na escola Wesson Attendance Center, no estado do Mississippi, sul do país.


Caera Sturgis, de 18 anos, que se diz homossexual e prefere usar roupas masculinas, posou de smoking do que usar a toga geralmente reservada às mulheres.



Ela é considerada uma boa aluna, goleira do time de futebol e trompetista na banda escolar, segundo a imprensa local.

Na sessão de fotos de fim de curso, Caera apareceu vestida como um menino e tirou as fotos de smoking. A escola negou-se a publicar a foto no anuário escolar.

Caera e sua mãe, Verónica Rodríguz, questionaram a exclusão e pediram a uma ONG que intercedesse. Segundo elas, a escola estaria restringindo a liberdade de expressão da adolescente.

Em um comunicado, a administração escolar do distrito afirmou que apenas seguiu "a jurisprudência dos tribunais federais" no caso.


_______ ps.: odiei a chamada, mas...

...só postei isso aqui pq realmente tenho dificuldade com roupas, sua associação imediata com a identificação de gênero e a dificuldade que as pessoas em geral tem com esse fato. - não me excluo disso, só é um tanto difícil...

=/

Curiosidade: ABSOLUT




Let´s talk about Labels

"Welcome to the NO LABEL blog, a place where we – ABSOLUT VODKA – want to challenge labels and prejudice about sexual identity. There are too many labels associated with the LGBT-community and with this initiative we want to find a way around them. We have launched a naked bottle with no label and no logo, to manifest the idea that no matter what’s on the outside, it’s the inside that really matters. With this incentive we invite you to participate in further discussions about labels and prejudice. Once again, welcome to our blog."


http://www.absolut.com/nolabel



14.10.09

Futebol: Leandro Fortes falou tudo o que eu penso.

Achei a coluna muito legal. É da Carta Capital.


Os novos negros

14/10/2009 10:55:16
Leandro Fortes

Não faz muito tempo, o mundo – e o Brasil, em particular –, se escandalizou com as manifestações racistas contra jogadores de futebol que foram hostilizados por torcedores nos estádios europeus apenas porque eram negros. Na Itália e na Espanha, diversos jogadores negros, inclusive brasileiros, foram chamados de “macacos”, “gorilas” e “pretos de merda” por torcidas organizadas dos maiores times daqueles países. As reações foram, felizmente, imediatas. Intelectuais, jornalistas, políticos e autoridades esportivas de todo o planeta botaram a boca no trombone e reduziram, como era de se esperar, gente assim ao nível de delinqüentes comuns. Ainda há, eventualmente, exaltações racistas nos gramados, mas há um consenso razoavelmente arraigado sobre esse tipo de atitude, tornada, universalmente, inaceitável. Você não irá ver, por exemplo, no Maracanã, torcidas inteiras – homens, mulheres e crianças – gritando “crioulo safado” para o artilheiro Adriano, do Flamengo, por conta de alguma mancada do Imperador. Com a PM circulando, nem racistas emperdenidos se arriscam a tanto.

Mas, ai de Adriano, se ele fosse gay.

No sábado passado, espremido no Maracanã ao lado de meu filho mais velho e outras 57 mil pessoas, fui ver um jogaço, Flamengo 2 x 1 São Paulo, de virada, um espetáculo de futebol. Quando o time do São Paulo entrou em campo, as torcidas organizadas do Flamengo, além de milhares de outros torcedores avulsos, entoaram, a todo pulmão: “Veados, veados, veados!”. Daí, o painel eletrônico passou a anunciar, com a ajuda do sistema de autofalantes, a escalação são-paulina, recebida com as tradicionais vaias da torcida da casa, até aí, nada demais. Mas o Maraca veio abaixo quando o nome do volante Richarlyson foi anunciado: “Bicha, bicha, bicha!”. E, em seguida: “Bicharlyson, Bicharlyson!”. Ao longo da partida, bastava que o são-paulino tocasse na bola para receber uma saraivada de insultos semelhantes. No ápice da histeria homofóbica, a Raça Rubro Negra, maior e mais importante torcida do Rio, e uma das maiores do Brasil, convocou o estádio a entoar uma quadrinha supostamente engraçada. Era assim:

“O time do São Paulo/só tem veado/o Dagoberto/come o Richarlyson”.

Richarlyson virou alvo da homofobia esportiva brasileira, com indisfarçável conivência de cronistas esportivos, jornalistas e colegas de vestiário, a partir de 2005, quando fez uma espécie de “dança da bundinha” ao comemorar um gol do São Paulo, time que por ser oriundo do elitista bairro do Morumbi acabou estigmatizado como reduto homossexual, ou time dos “bambis”, como resumem as torcidas adversárias. A imprensa chegou a anunciar o dia em que Richarlyson iria assumir sua homossexualidade, provavelmente numa entrada ao vivo, no programa Fantástico, da TV Globo – o que, diga-se de passagem, nunca aconteceu. Desde então, no entanto, o volante nunca mais teve paz. No Maracanã lotado, qualquer lance que o envolvesse era, imediatamente, louvado por um coro uníssono e ensurdecedor de “veado, veado, veado!”. Homens, mulheres e crianças. O atacante Dagoberto entrou de gaiato nessa história apenas porque, com Richarlyson, forma uma eficiente dupla de ataque no São Paulo.

Agora, imaginem se, no Morumbi, a torcida do São Paulo saudasse o atacante Adriano, do Flamengo, aos berros de “macaco, macaco, macaco!”, apenas para ficarmos nas analogias retiradas do mundo animal. Ou, simplesmente, entoasse uma quadrinha do tipo criada para a dupla Dagoberto/Richarlyson, dizendo que no Flamengo só tem crioulo, que Adriano enraba, sei lá, o Petkovic. O mundo iria cair, e com razão, porque chegamos a um estágio civilizatório onde o racismo tornou-se motivo de repulsa, mesmo em suas nuances tão brasileiras, escondidas em piadas de salão e ódios de cor mal disfarçados no elevador social. Usa-se, no caso dos gays, o mesmo mecanismo perverso que perdurou na sociedade brasileira escravagista e pós-escravagista com o qual foi possível transformar em insulto uma condição humana que deveria, no fim das contas, ser tão somente aceita e respeitada. Assim, torcedores brasileiros chamam de veados os são-paulinos em campo como, não faz muito tempo, nos chamavam, os argentinos, de “macaquitos”, em pleno Monumental de Nuñes, em Buenos Aires, para revolta da nação.

Quando – e se – a lei que criminaliza a homofobia no Brasil, a exemplo do racismo, for aprovada no Congresso Nacional, será preciso educar gerações inteiras de brasileiros a respeitar a sexualidade alheia. Espero, a tempo de recebermos os atletas que virão às Olimpíadas de 2016, no Rio, provavelmente, no mesmo Maracanã que hoje se compraz em xingar Richarlyson de veado. Por enquanto, a discussão sobre a lei está parada, no Brasil, porque o lobby das bancadas religiosas teme abrir mão de um filão explorado por fanáticos imbuídos da missão de “curar” homossexuais, ou de outros, para quem os gays são uma aberração bíblica passível, portanto, da ira de deus.

Nos jornais de domingo, nem uma mísera linha sobre o assunto. Das duas uma: ou é fato banal e corriqueiro, logo, tornado invisível aos olhos das dezenas de repórteres enfiados na tribuna da imprensa do Maracanã; ou é conivência mesmo.
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http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=5263

Se tiverem estômago, leiam os comentários. Por favor, comentem a coluna - acho importante manifestarmos nosso apoio a ele e também tentarmos rebater os comentários.

Remarks by the President at the Human Rights Campaign dinner

5.10.09

Em uma van no sábado passado...

Rumo a uma partida de futebol, campeonato feminino. Vamos que vamos.



Uma van cheia de 13 fanchas-barra-bis e uma atacante simpatizante-ultra-simpática. E um motorista se divertindo como nunca. A artilheira e seu noivo-técnico foram de carro, o que libertou da inibição o povo do arco-íris e a simpatizante simpática, que até cantou junto e tocou chocalho.

A van era assim:



..só que cheia de fanchas-barra-bis e a Simpatizante Simpática, pra ficar inclusivo e politicamente correto. O sonho de toda fancha adolescente: todo mundo de calção, meião e chuteira, cantando o seguinte hino de caserna:

"Soooooooou....
(insira aqui piada barata que junta o nome do time e "sapatão") de coraçãããão...

VIM POR MULHER!
MEU GRANDE AMOR!
Graças a deus, sou sapatão!

Vamos cantar! Vamos jogar!
Eu sou do time que nunca foi campeão!
Mas tudo bem! Eu vou jogar!
E no final a mulherada eu vou pegar!"

Claro que o hino foi composto pela Dalloway. Nem precisava dizer, né, gente?

Na versão proibidão do funk, o hino era batucado no teto e nas paredes da van, com o último verso trocado por "e no final a mulherada vai me dar". Phino.



Depois do momento fanchas-ogros-marinheiros dentro da van, muita simpatia e elegância na quadra. Jogo limpo, jogo lindo! E jogo nervoso - mas foi bonito estar lá.



Muita força pro futebol de gurias - do arco-íris ou não - nesse nosso país do futebol ainda machista e homofóbico até a última ponta.

Um beijo por cobertura, querides!