24.4.08

Missy - Capítulo 2

Missy está puta da vida, rosnado e andando em círculos em seu quarto. Um leão recém-capado e enjaulado teria medo dela.

Ela resolve fazer o que ela sempre fazia quando a mãe arrumava encontros surpresas para ela no estilo blitzkrieg: fugir pelo telhado.

Fugiu.

Passando na banca de jornal, olha o que ela vê:



Missy agora é uma fancha em modo homicida. Ela escala o telhado de volta e abre uma gaveta de meias, dildos e outras coisas para colocar dentro da cueca.

Ela pega com amor sua faca de lâmina saltante, que ela chama carinhosamente de "Situação Ideal de Fala".

Lá de baixo, sua mãe chama para tomar vinho do porto com o Leozinho. Missy odeia vinho do porto.

Meio sem querer, seu olhar passa por uma marquinha na parede. Foi ali, bem ali, que a sua fivela de cowgirl atingiu com um estrondo metálico a parede, arremessada com maestria em uma tragetória bucetobólica por Ana Paula, sua ex, dez minutos depois de se conhecerem. Treparam a noite toda. Depois, acordaram e treparam o resto da semana.

A lembrança faz a Chechênia da Missy entrar em guerra civil. Missy arranca os cabelos do sovaco a dentadas, de tanto ódio.

Missy está vermelha de ódio. A navalha vai pro bolso de trás da calça.

(*)(*)

E agora, minha gente? O que irá acontecer? Será que Missy vai servir linguiça kosher nesse jantar? Não perquem os próximos episódios tudo!

23.4.08

"Missy, Capítulo 1" - Ou "O que acontece quando Carmen fica sozinha em casa com Sônia, sua insônia crônica crítica crocitante"

Era uma vez uma fancha chamada Missy. Isso, esse era o nome dela mesmo. Não, não é apelido. Para de rir. E sim, ela é fancha mesmo, autêntica, que cumprimenta os caras com aperto de mão e joga sinuca melhor que o pai e os 3 irmãos. (juntos)

Ela morava sozinha, porque a mulher dela ("ex-mulher, Missy! Ex! Ex, porra!" - ela repetia para si mesma) tinha ido morar com uma "artista plástica" - ou seja, uma coroa rica que vivia de renda (aluguel E o tecido)e pintava telas com peitos de pobre modelos vindas do interior.

Missy tinha acabado de rasgar as fotografias com uma violência meticulosa, arquivar os emails da mulher (Nome da pasta: "ex, Missy, ex!") por ordem alfabética, queimar o colchão com a fúria de um presidiário em rebelião, defumar a casa com insenso 'Vade Retro Piranha' - recomendado por especialistas em dor-de-cotovelo miocárdico, já tinha escondido a pasta de tablaturas das músicas que tocavam juntas nas festinhas, já tinha feito tudo. Mas ainda não conseguia prosseguir com sua vida.

Ela se sentia como um carro que morreu no sinal vermelho - todo mundo buzinando atrás, mas não adianta querer, o diabo do carro não liga.

Aliás, a ex tinha levado o carro também.

Enfim, Missy estava muito triste mesmo. No cume do desespero, aquele cume nevado e de ar rarefeito, onde nem sapatas-lhamas sobrevivem, Missy senta com seu pote de chimarrão e encara a realidade. Ia ter que encarar seus fantasmas. Ela ia ter que passar uns dias com a mãe.

Trim, trim, trim.

_Alô? Quem é?
_Hummm.. Alô, mãe. Sou eu. A Missy.
_Missy! Aconteceu alguma coisa, minha filha? Você está presa? Está grávida?
_Não, mãe, eu não fui presa. E você sabe muito bem que eu não tenho como estar grávida.
_ Oy vey... (resmunga alguma coisa em iídiche que nem ela mesma sabe o que significa)
_Mãe, escuta. Eu queria passar uns dias aí com você. Pode ser?
_Hum. (hesitante)
_É que eu estou meio mal... Terminei com a Ana Paula e...
_Claro, minha filha! Venha, venha logo! Sábado é Pessach, sua Mutti vai adorar ter você aqui! O rabino Schnitzel vai vir para o Seder! E eu poderia te apresentar o filho dele, é um rapaz tão adorável!
_MÂE!
_Ai, minha filha, não custa tentar! Você é tão bonita, conseguiria um bom marido tão rápido...
_ Mãe, o rabino Schnitzel não tem uma filha para você me apresentar, não?

(*)(*)

Missy chega na casa da mãe. Ela para na porta. Medo. Reflexo condicionado. Se sente um ratinho de laboratório. "Por que eu sempre me obrigo a passar por isso?" indaga a porção que sobra do hemisfério direito do seu deprimido cérebro.

"Só pode ser algum tipo de demência geneticamente incrustrada", ela resmunga enquanto toca a campainha.

A mãe abre a porta e a abraça como um torno mecânico. E chora.

Missy usa as técnicas do jiu-jitsu (5 anos, dois títulos estaduais, 5 colegas de turma apaixonados e um abusado com pé quebrado) para se soltar da mãe. Pega as malas.

Nisso, seu olhar encontra alguém levantando devagar do sofá de tapeçaria. Oh não, ela pensa.

Ele se oferece para pegar as malas. Sua mãe cacareja, sorridente:

_Missy, filha, esse é o Leozinho, ele é filho...

"... do rabino Schnitzel", ela completa, com voz de quem vai desmaiar ou vomitar, o que vier primeiro.

Ele se oferece para carregar as malas, novamente. Missy agarra as alças das maças. Ele paralisa, sem saber o que fazer. Ela rosna "sai da frente". Ele pula para o lado. Ela passa bufando, pisando duro, quase batendo com as malas no filho do rabino.



(*)(*)

E agora? Será que Missy irá agüentar a mãe e o Leozinho juntos? Será que conseguirá esquecer Ana Paula, sua ex? Será que ela vai surtar que nem a Jenny? Não perquem os próximos capítulo tudo!

22.4.08

Pequenas Graças

25 homens que parecem lésbicas velhas.
Os comentários são ex-ce-len-tes, também.




Sabe o que une os homens hétero e a banda sapa do seu escritório? Isso aqui.

Espiadinha no Judiciário

Então, povo! Dando uma de Sapa Bial, resolvi espiar as movimentações no meio de campo do time dos árbitros. Taí:

Primeiro, na União Européia: A Corte de Justiça da Europa determinou, no dia 3 desse mês, que casais do mesmo sexo terão direito a solicitar pensões de viuvez e que não concedê-las será entendido como ato discriminatório.

Segundo a Corte européia, nos países onde o matrimônio está reservado apenas para casais heterossexuais, os casais gays com inscrições em registros oficiais deverão dispor dos mesmos benefícios que casais heterossexuais dispõem.

O objetivo da medida é acabar com a discriminação social nos países que compõem a União européia, e também com a discriminação sexual, que se dá muitas vezes em casos de pensões por viuvez e em outras prestações sociais regularmente aplicáveis aos cônjuges.


Depois, nos EUA:

O site americano Roommates.com, especializado em busca de roommates (pessoas para se dividir um quarto), foi proibido nesta sexta-feira, pela justiça dos Estados Unidos, de continuar perguntando a orientação sexual das pessoas que se cadastravam para utilizar os serviços oferecidos.

Segundo avaliou a 9ª Vara de Apelações do país, o Roommate.com era diferente dos outros sites da Internet porque obrigava os usuários a revelarem sua orientação sexual. Para o juiz Alex Kozinski, este tipo de pergunta realizada antes de se conduzir um negócio, não difere em nada de perguntas discriminatórias como religião ou origem étnica.

"Se este tipo de triagem é proibida tanto ao vivo quanto por telefone, não vemos razão para que o Congresso a legalize no modo online", afirmou Kozinski. "Não apenas o Roommate realizava esta triagem, como a utilizava de maneira discriminatória, como condição para se realizar, ou não, o negócio", completou.


Por último, no Brasil:

A decisão sobre o reconhecimento de união estável pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) que um brasileiro e um canadense que vivem juntos há 20 anos pedem à Justiça brasileira, terminou empatada nesta última quinta-feira, dia 3.

Esta é a primeira decisão do gênero para o STJ, que chegou ao empate com dois votos a favor e dois contra ao pedido do casal. Eles atualmente vivem no Canadá, mas pretendem passar a morar no Brasil, razão que motivou o pedido de reconhecimento de união estável pela Justiça brasileira.

O julgamento do pedido teve início em agosto do ano passado. Agora, com o empate, a decisão fica adiada para a próxima audiência, que ainda não tem data marcada. Na audiência de desempate, será contemplado o quinto voto e, então, a decisão final do recurso.

16.4.08

Continuando o módulo "fancha curte hematoma"

Missy Higgins dando uma de crash test dummy:



Genéte... Só tenho uma coisa a dizer para a Missy: Baby, you can drive my car!


Um beijo a álcool,


Carmen Câmbio Manual Sandiego

P.s.: Dedran, escreve aí sobre a LEB!

4.4.08

"Thats damn right I'm a dyke... Can I lick yo pussay?!"

Oiê.

Então, notícias e coisinhas bacanas:

1) Em homenagem à companheira Black Mamba, que está grávida de uma pessoa jurídica - e quem engravidou foi a irmã:

Segundo estudo publicado na revista inglesa Fyne Times, reportado no Dykerama aqui,
as dykes são melhores que os homens na sinuca.

Duh! Qual de nós já não sabia disso? Gastam tanto dinheiro de bobeira, viu...

Só para dar uma tacada final: já viu uma luva de sinuca? Hein? Hein? Tem coisa mais dyke que isso, minha gente?!? Prestençãããã, minino!



(dirija o taco com firmeza com a sua mão destra - que pode ser a esquerda, se vc é canhota ou gosta de desafios; com a outra mão, de luva ou sem, manipule a ponta com firmeza e carinho, concentre-se na tacada de agora sem perder de vista todo o conjunto de bolas a serem encaçapadas; não pense em uma tacada de cada vez, isso é coisa de hétero meio desavisado; escute as bolas e, principalmente, a mesa - mesas rangem de alegria e para avisar que vai acontecer um acidente, por exemplo; na vez da outra jogadora (ou jogador, se vc joga no outro time ou em time misto), saiba relaxar e desfrutar: beba um gole de cerveja, chimarrão, whisky cowboy ou fanta, observe a movimentação da companheira de jogo, ouça-a e leia-a também: companheiras também rangem de alegria e para avisar de acidentes; por fim, se sua companheira-adversária (quem disse que mulher é simples?) resolver ir jogar em outra mesa, não se desespere. Tem sempre uma sapa na mesa de sinuca ao lado olhando para o contorno da sua bunda na bermuda.)


2) Dinah Shore está para dykes assim como quadribol está para guris com cara de FTM de Hogwarts

E está dada a largada: mais um Dinah Shore comendo solto (literalmente, inclusive) e eu não estou lá.

Nem quero mais falar sobre isso. Se você nem sabia que é maior festa de dyke do mundo, apropriada de um evento de golf feminino (dica: pesquise luvas de golf e vc entenderá), não quero nem saber. Vou mudar de assunto, já estou fazendo biquinho.

To de TPM, daqui a pouco eu começo a chorar.




3) Filme dyke indie está para sair, dia 8 de abril: Tick Tock Lullaby.

Sobre um casal abacaxístico que decide engravidar-se-se e todas as agruras psicológicas de ser dyke e cumprir o mandamento divino de multiplicar-nos-nos.

Aliás, há duas histórias menores, de héteros tentando engravidar também. Enfim, é o filme mais dyke e mais grávido desde Juno.

Mais informações, em inglês, aqui.


4)Guarda-Costas

Tá rolando um bafafá aí que a Whitney Huston teria tido um caso - ou não - com sua assistente.

(esse negócio de assistente é muito cliché, né? ~bocejo~)

Não me espantaria. Ela canta bagaraio, não canta?

E tem que ser muito macho para pegar o Kevin Costner, vamos combinar! Ele tem cara de Edmundo... Quem disse para ele que ele é mega galã? Falem sério. Meu coeficiente de galãzice é pelo menos o dobro do dele.

E não estou me gabando, estou sacaneando o Kevin.

Mas vamos colocar as coisas em perspectiva: quem disse isso foi o ex-marido. E ele disse que ela talveeeez tivesse casado com ele para talveeeez encobrir o fato de que ela talveeeez tivesse um caso com sua assistente. Ou não.

Enfim. Se ele não sabe, imagina eu. Fica só a piada com o Kevin Costner - e toda essa implicância é provavelmente porque eu queria ser o Robin Hood e ele foi lá e roubou isso de mim...

5) Eu quero ver Cuba lançar

A filha do Fidel lidera um movimento pelos direitos LGBTT (lésbicas, gays, bis e a tchurma toda) em Cuba. Mais, aqui.

Pontos interessantes: o Fidel, machistão e homofóbico, segundo a própria filha, teria sido amolecido pela mulher, militante feminista, e pela filha, versão 2.0 da mãe, militante da diversidade sexual. Gente, se até o Fidel amoleceu, eu tenho esperança.

Por falar em amolecer e toda aquela história de endurecer sem perder a ternura, parece que tem um documentário sobre a homofobia em Cuba. Não consegui achar o nome aqui, está perdido no meu computador, mas eu vou procurar. Não vi o filme, só li um artigo sobre. Partiu meu coração - eu andei a adolescência inteira com calça rasgada e camisa do Che (naquela época ainda não tinha virado biquini nem Seu Madruga).

Não me culpem. Eu era criança e precisava começar a chocar a família.

6)O cara grávido

Saiu em um monte de jornais pelo mundo. Tem um FTM grávido.

Ooooh! ¬¬

Para a perspectiva hétero do fenômeno, com direito a comentários dos leitores, aqui.

~bocejo~

Dá licença, tenho que terminar a leitura para meu grupo de estudo da Judith Butler...


7) Agora, se vc quiser aprofundar a polêmica...

... inclua no debate um FTM pornógrafo, Buck Angel.





8) Por fim, o grande momento: o vídeo ganhador do Prêmio Estrelinha Dourada Abacaxi Com Tofu.



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Esse vídeo nos motiva: ENQUETE, MINHA GENTE! Que acham da palavra "lésbica"? Outras palavras favoritas? Alguma que odeiam?

Também é educativo e explica o termo Gold Star dyke, ou seja, uma dyke estrela dourada: uma sapa que nunca dormiu com homens. Eu tenho uma estrela dourada tatuada na bunda. Mais alguém aí?

Não vou nem comentar a Andrea. Nem uma palavra. Nada. Só o sinal de ocupado do universo, que se escuta quando está aquele silêncio profundo: tüüüüüüüü...

Para mais doses de Jill Bennett, com direito a demonstrações D*Y*K*E orgulhosas e entusiasmadas de hematomas de broomball, aqui.

Minhas duas frases preferidas: "A dyke will punch you in the face... and then buy you a beer" e "Thats damn right I'm a dyke... Can I lick yo pussay?!".

Se alguém quiser jogar broombal e comparar hematomas, estou formando um time. Mas só de Gold Stars. Alguma candidata?



(chega de luvas. Atenção ao sapato de broomball. Any further questions? Didn`t think so. Class dimissed.)